quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

ATELIER DE HABITAÇÃO SOCIAL

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INSCRIÇÕES PELO MAIL EMAV@UFRGS.BR

ATELIER DE HABITAÇÃO SOCIAL

13 A 16 DE JANEIRO
Com o objetivo de incorporar o trabalho de projeto ao trabalho social, pensamos, em conjunto com o Escritório Modelo Albano Volkmer (EMAV/UFRGS), constituído predominantemente por estudantes de arquitetura e orientado pelo Prof. Leandro Andrade, ligado ao Dep. de Urbanismo da FA/UFRGS, um Atelier de trabalho de quatro dias.
Partindo de uma proposta de trabalho do Núcleo Técnico da COOPSUL/ONG Cidade, o EMAV elaborou a proposta do ALtelier para pensar as tipologias habitacionais mais apropriadas para cada caso que surgiu na Rede de Comunidades Autogestionárias. O estudo a que o atelier atende consiste num estudo de um núcleo habitacional evolutivo com orçamento para:
a.       Moradiaunifamiliar(casa térrea ou sobrado, isolada no terreno – casos de Candiota e São Gabriel e Gravataí);
b.      Moradia multifamiliar(prédio de apartamentos verticalizado – caso de Porto Alegre e Santana do Livramento).
JANEIRO SEG 13 TER 14 QUA 15 QUI 16
14-18h

- Trabalho sobre as tipologias habitacionais. - cofeebreak; - Apresentação das tipologias; - Trabalho;
- Finalização e orçamento preliminar;
18:30-22h - Abertura e debate de contexto da situação brasileira; - Apresentação do projeto da RCA; - Visita guiada ao Assentamento Utopia e Luta; - Continuação do trabalho; - Encerramento - Confraternização.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Por um Ano de profunda juventude e rebeldias

 
O Movimento Utopia e Luta, junto da sua entidade cooperativa, a Coopsul, no final deste ano de 2013 do calendário Cristão, aperta as mãos de cada companheira e companheiro, amigxs e Parceirxs com o mais profundo respeito, por termos construído e participado de tantas formas e possibilidades, na construção de nossas UTOPIAS e nossas LUTAS.
Um ano de grandes avanços e conquistas, um ano no qual temos para festejar milhares de novos nascimentos, juventudes que estão abrindo seus olhos e sentindo a rebeldia natural de seu tempo histórico, se rebelando contra tudo o que os oprime.
Um ano no qual as derrotas e as tristezas tornam-se aprendizados na construção de um novo tempo, novos junhos de esperança.
Um ano, véspera de maus ventos que se anunciam e da já presente resistência, onde defenderemos juntxs - nem um passo atrás - a nossa liberdade, a nossa dignidade, e a nossa autodeterminação, com a convicção de lutarmos e seguirmos o caminho de nossas e novas Utopias.
Coopsul

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Segunda visita a Candiota

Entre 28 e 30 de setembro estivemos novamente em Candiota.
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Na manhã do dia 28 fomos recebidos pela prefeitura. Conversamos sobre o repasse da terra e o prefeito colocou a demanda habitacional de diversos assentamentos precários que não havíamos tomado conhecimento na visita anterior.
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Na tarde do mesmo dia nos reunimos com o grupo que havia aderido à proposta social apresentada pela COOPSUL na visita anterior (12 de agosto). Falamos sobre as perspectivas de início do projeto e parcerias para iniciarmos o projeto arquitetônico a partir do repasse da terra. Também compartilhamos algumas novidades tecnológicas que pretendemos utilizar nos territórios.
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No dia 29 pela manhã visitamos alguns dos assentamentos de que o prefeito havia falado. Encontramos assentamentos sem abastecimento de água ou energia elétrica ou em áreas de risco. Conversamos com os que entendemos que tinham necessidades mais urgentes e tivemos ampla adesão à proposta.
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Realizamos uma reunião no fim da tarde do mesmo dia, na qual apresentamos a proposta da Rede de Comunidades Autogestionárias, tiramos as dúvidas e iniciamos o cadastramento de possíveis beneficiários para moradias.
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No dia 30, segunda-feira, permanecemos na prefeitura em busca de algumas respostas sobre a burocracia do repasse da terra e sobre as áreas de planejamento e obras do município. No fim da tarde fomos até a Vila Nova, ocupação completamente sem infraestrutura na periferia da cidade. Conversamos novamente com os moradores, que aderiram ao projeto em um documento escrito na hora em conjunto (COOPSUL e moradores), comprometendo-se a devolver a área da União que ocupam assim que as moradias organizadas pela COOPSUL estejam prontas. Na mesma noite lemos a carta iluminada pelo farol do carro do vice-prefeito e a entregamos.
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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

COOPSUL recebe pesquisadores de práticas autogestionárias


A COOSUL recebe pesquisadores de práticas autogestionárias da FUNDAÇÃO BENTO RUBIÃO. Integrantes da Fundação estarão em Porto Alegre entre sexta e domingo. Confira a programação.

PARCERIA FUNDAÇÃO BENTO RUBIÃO/ IPPUR-OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLIS/ FINEP

A Fundação Bento Rubião esta realizando uma pesquisa para o Observatório das Metrópolis do IPPUR/UFRJ através de um convênio com a FINEP para desenvolvimento de Tecnologias Sociais para HIS, cujo objetivo é avaliar a produção habitacional de interesse social em curso no país no que se refere a projetos de arquitetura e de desenho urbano, bem como de Trabalho Técnico Social, desenvolvidos nos Programas Crédito Solidário e Minha Casa, Minha Vida Entidades visando produzir impactos qualitativos nos projetos.

Na primeira etapa da pesquisa enviamos um QUESTIONÁRIO e pedimos que a entidade selecionasse os projetos que acreditem ser representativos das experiências que vem acontecendo por todo o país. Para participar desta etapa poderão ser indicados processos com obras concluídas, em construção ou mesmo os na iminência de serem contratados, neste último caso, contudo, que possuam os projetos de arquitetura e urbanismo, bem como o PTTS, já elaborados.

Chegamos na segunda etapa da pesquisa e realizaremos uma oficina para região SUL no dia 05/OUTUBRO (SÁBADO) EM PORTO ALEGRE para aprofundar as questões levantadas na etapa anterior e esperamos contar com a participação de sua entidade.

PROGRAMAÇÃO OFICINA SOBRE PRODUÇÃO HABITACIONAL NOS PROGRAMAS
 CRÉDITO SOLIDÁRIO E MCMV ENTIDADES NA REGIÃO SUL
PORTO ALEGRE - 04, 05 E 06/OUTUBRO/2013


SEXTA - 04/10
16h às 18h – ENCONTRO COM AS ASSESSORIAS
LOCAL: ONG CIDADE 
Rua Antão de Farias, 50 - Bairro Bom Fim - Porto Alegre/RS

SÁBADO – 05/10
8:30h  às 18:00h – VISITA DINÂMICA E OFICINA
SAÍDA PARA SÃO LEOPOLDO - HORÁRIO: 8:30h  (VAN DISPONÍVEL APENAS PARA PARTICIPANTES CONFIRMADOS)
LOCAL DE ENCONTRO: COOPSUL – COOP. MISTA E SOLIDARIA UTOPIA E LUTA
Av. Borges de Medeiros, 731, Centro, Porto Alegre

ROTEIRO:
9:00h – VISITA DINÂMICA NA COOPERPROGRESSO, SÃO LEOPOLDO
10:30h – LANCHE
11:00h - VISITA DINÂMICA NA COOTRAHAB, SÃO LEOPOLDO
12:30h - ALMOÇO
14:00h - VISITA DINÂMICA NA COOPSUL, PORTO ALEGRE

OFICINA SOBRE PRODUÇÃO HABITACIONAL AUTOGESTIONÁRIA
15:00 - APRESENTAÇÃO PESQUISA
15:20h – APRESENTAÇÃO COOPERATIVAS E DIAGRAMA DE PARCERIAS
COOHRREIOS, COOMETAL, FECOOHASC, MNLM-BRAGANEY/PR, UMP-PR
16:20h – ANALISE DE PROJETOS HABITACIONAIS REFERÊNCIA E NOVAS PERSPECTIVAS 
16:40h – ESPECIFICAÇÃO PADRÃO DO MCMV 2
17:00h – CONSTRUÇÃO COLETIVA DA CARTA DE PROPOSTAS DA REGIÃO SUL
(NOVOS PARÂMETROS, PROCEDIMENTOS E ARTICULAÇÕES PARA QUALIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO HABITACIONAL REGIONAL)
17:40h – AVALIAÇÃO E ENCERRAMENTO
18:00h – LANCHE

DOMINGO – 06/10  (NESTE DIA NÃO HAVERÁ VAN DISPONÍVEL PARA AS VISITAS)
MANHÃ:
VISITA AO PROJETO IPE AMARELO EM NOVA HERTZ DA COOHRREIOS
VISITA A COOMETAL  (À CONFIRMAR)

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Rede de Comunidades Autogestionárias – viagem a Bagé


Entre os dias 20 e 24 de agosto uma delegação do projeto Rede de Comunidades autogestionárias, acompanhada de um integrante do Bloco de Lutas pelo Transporte Público, esteve em Bagé a convite da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). Dentro de um ciclo de estudos sobre o Anarquismo proposto pela Professora Maria Eloá Gehlen, a delegação apresentou o projeto para aproximadamente 250 estudantes de diversos cursos. 

Com um frio de lascar e a vontade de apresentarmos um projeto de uma nova cidadania, estivemos em Bagé, na UNIPAMPA, entre 20 e 24 de agosto de 2013. Tomando como contexto a experiência do Assentamento Urbano Utopia e Luta, apresentamos o projeto “Rede de comunidades autogestonárias", na qual a moradia, o trabalho, o dia a dia, rompe com os mecanismos de exploração. O bloco de lutas pelo transporte público se fez presente narrando e avaliando as manifestações de rua que mobilizaram o país.


Um sotaque mais forte e as mesmas urgências. Assim, em Bagé, pudemos conhecer jovens com as mesmas angustias que encontramos na capital: desemprego, falta de moradia, opções culturais raras, racionamento de água, uma barragem que não consegue sair do papel há vinte anos e um movimento sendo criado sobre essa demanda.



Em atividade com os estudantes, primeiro declaramos que a rede está fundamentada a partir de práticas libertarias, compondo uma diversidade de orientações políticas e de pessoas que incluem diferentes interpretações ideológicas. Afirmou-se que o objetivo da rede, fundamentado em propostas concretas, é atender às necessidades básicas dos coletivos cooperativados em torno do trabalho, utilizar recursos públicos e devolvê-los à sociedade em forma de organização social, valendo-se de territórios coletivos como base produtiva de novas relações sociais, críticas ao capitalismo.

No dia 21, terça, pela manhã, visitamos o quilombo de Palmas, a 80 Km de Bagé, onde falamos com uma liderança, conhecemos seus projetos e falamos sobre a rede. Identificamos algumas possíveis conexões da comunidade com outros locais a partir do trabalho que vêm desenvolvendo.


Logo após, almoçamos com o secretário de habitação do município, Antônio Augusto Nadal, e com o representante da Economia Solidária, André Mombach (que falou sobre o Complexo de Empreendimentos KM 21), para os quais expusemos o projeto da rede e alguns pontos de afinidade. Depois, visitamos as instalações do complexo, onde conversamos sobre a política de economia solidária no município. Na ocasião, os representantes do complexo e a prefeitura expuseram as ações de formação e como planejam os próximos passos.


À noite compareceram à UNIAMPA estudantes de diversos campi (Bagé e Dom Pedrito, entre outros) para o segundo debate. A noite foi aberta com uma capela de Nanci Araújo com a música “canto das três raças" de Paulo César Pinheiro. Segundo Nanci, “o pensar que podemos deu a animação no cantar”. A Rede e o Bloco foram apresentados para aproximadamente 110 estudantes, o maior público já registrado no auditório da universidade.


Nos dias seguintes, as atividades estiveram concentradas em debates com estudantes de varias cidades do Brasil. A partir do referencial Assentamento Utopia e Luta, sua ocupação, os desafios e estratégias, se abre os debates sobre a Rede, buscando impulsionar novos projetos de práticas autogestionárias. No mesmo dia, o “Direito a Cidade” ganhou a atenção dos estudantes e professores. A contradição foi posta sobre a formação das cidades a partir da economia capitalista. O lado menos visibilizado da reorganização permanente do capital é a expulsão das populações pobres das áreas centrais das cidades, a concentração e transferência dos recursos públicos para o âmbito privado, assim como outras privações, que são elementos que renovam permanentemente o conflito urbano.


Utilizando-nos da metodologia da educação popular, questionamos e as diferenças entre bairros ricos e pobres. Alguns elementos emergiram deste debate compõem o quadro das manifestações públicas no país, tais como a qualidade e agilidade dos serviços prestados; a concentração dos equipamentos de cultura e lazer; segurança, saneamento básico, mobilidade urbana presentes; insegurança falta de instrumentos públicos; morosidade do poder publico em garantir direitos; infraestrutura precária, saneamento básico.

Na sexta feira à noite visitamos o Instituto de Permacultura da Pampa – IPEP, um referencial no Brasil em tecnologias sustentáveis na ótica da ecologia. Durante a conversa com o João Rocket, coordenador e gestor do IPEP, tivemos uma breve noção do funcionamento das políticas na cidade de Bagé, assim como das dificuldades encontradas em ampliar as práticas da permacultura em obras publicas. Também foi apresentada de forma breve através de relatos a experiência do Utopia e Luta, o projeto da Rede.

O sábado foi nosso ultimo dia na cidade. Confraternizamos, em um almoço, com estudantes afinados com as ideias de autogestão e autonomia. Encaminhou-se uma visita das turmas ao Assentamento Urbano Utopia e Luta, que se realizará em outubro deste ano.

domingo, 8 de setembro de 2013

6o BOLETIM UTOPIA E LUTA: o projeto da Rede de Comunidades Autogestionárias

O 6o BOLETIM UTOPIA E LUTA (setembro/2013) fala sobre o projeto da Rede de Comunidades Autogestionárias, especialmente do conteúdo do "primeiro encontro do projeto da Rede de de Comunidades Autogestionárias", ocorrido em 20 de julho de 2013. Também relata algumas atividades do início da implantação da rede, como a visita a Candiota e a participação na Conferência Estadual das Cidades. Confira o conteúdo no boletim digital a seguir.

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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

COOPSUL na 5a Conferência Estadual das Cidades

A COOPSUL participou da etapa estadual da Conferência Nacional das Cidades, ocorrida entre 15 e 17 de agosto na sede da FIERGS. O debate sustentado pelos integrantes da Cooperativa desenvolveu-se em torno função social da propriedade e da utilização dos recursos públicos em fomento à autonomia, para devolver à sociedade os recursos aplicados em forma de organização socioeconômica e territorial.

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Dois delegados foram eleitos para a etapa nacional, que acontecerá em novembro deste ano. Também foi eleito um integrante da Cooperativa para o Conselho Estadual das Cidades. O grupo, que deliberou sobre um total de nove delegados, nove suplentes e três conselheiros estaduais, estava composto principalmente por cooperativas habitacionais. Em cada reunião do conselho serão consultados todos os presentes numa reunião e o resultado também seria compartilhado da mesma forma. A coordenação do Grupo foi assumida por Paulo Frankeira e a secretaria por Silvana Cardoso.

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Segue a ata da reunião com os nomes dos eleitos.
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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Começa implantação da Rede de comunidades autogestionárias

RELATO: COOPSUL – VISITA À CANDIOTA

Porto Alegre, 14 de agosto de 2013

No dia 12 de agosto de 2013, uma delegação da COOPSUL esteve no município de Candiota a convite do Prefeito da cidade. A visita é resultado do início da implantação do projeto Rede de comunidades autogestionárias, apresentado dia 20 de julho, em Porto Alegre.

 
Fonte: Estudo de aerossóis atmosféricos e aplicação de modelos numéricos (BRAGA, C. et al).

O projeto, que visa construir territórios de poder popular e romper com a dependência econômica, adota a estratégia de construir 100 casas em cada um dos 10 municípios num corredor da capital gaúcha até a fronteira com o Uruguai.

Candiota possui pouco menos de 10 mil habitantes e tem déficit de 1300 unidades habitacionais. Emancipado de Pinheiro Machado em 1992, sua base econômica é a termoenergia. Apesar da tradicional agropecuária, a cidade desenvolveu-se em torno da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica – Eletrobras CGTEE, a partir do complexo termelétrico de Candiota: Usina Termelétrica Presidente Médici (1961), Companhia Rio Grandense de Mineração (CRM, 1969) e a Cimpor – Cimentos de Portugal, SGPS, AS (entre os dez maiores grupos cimenteiros do mercado mundial). Juntas empregam, numericamente, quase metade da população da cidade (5 mil pessoas).

 
 
A cidade tem 32 assentamentos do MST. Mesmo assim não consegue ainda suprir a demanda de alimentação da rede municipal de escolas, com apenas 815 estudantes. Num dos locais de assentamento, o Seival, é explorada uma mina de carvão numa parceria entre a turbulenta MPX, de Eike Batista (com 70% do empreendimento), e a Copelmi (com 30%).

Constatamos que, mais além da dependência econômica e da significação absolutamente positiva da indústria no município, há muitas possibilidades de trabalho.

Nossa visita, de apenas um dia, dividiu-se assim:

Chegamos as 10h e fomos direto para uma reunião com assistentes do CRAS, com as quais conversamos sobre possíveis maneiras de construirmos um grupo de perfil autogestionário e entender quem seriam estas pessoas e grupos imediatamente acessíveis. Tivemos, assim, um relato prévio sobre os grupos de economia solidária e tipos de trabalho cooperativado já existentes no município.

 
 
Logo após o almoço, reunimos com algumas das Secretarias de governo e movimento quilombola para apresentar o projeto. A receptividade foi muito boa. Na ocasião foi possível levantarmos algumas das potencialidades de trabalho cooperativo pouco desenvolvidas, como alimentação, cerâmica, cadeia de extração da lã, corte e costura, entre outras, com as quais poderemos contar na reorganização de algumas comunidades. Todos o secretários reiteraram o apoio da Prefeitura ao projeto e o representante de quilombo convidou para uma atividade do movimento no dia 20 de agosto.

 
 
Logo após, partimos para conhecer algumas possibilidades de terrenos possíveis para a implantação de território a partir da construção de 100 casas. Um dos terrenos é junto com 207 casas de um empreendimento da própria prefeitura. O segundo terreno foi o que realmente nos impactou. Com inúmeras possibilidades de ocupação e composições entre moradia e produção. São três hectares de possibilidades (e beleza).

Fundos do terreno sobre o platô

Lateral leste: o açude faz parte do terreno

No fim da tarde nos reunimos com algumas das pessoas e grupos indicados pela assistência social como as possíveis de serem trabalhadas neste momento. Participaram aproximadamente 30 pessoas no total. Apresentamos o projeto simplificadamente e pedimos para ouvi-los.
 

Amplamente aceito depois de algumas dificuldades de compreensão, todos os que estavam presentes aderiram ao núcleo da COOPSUL em Candiota: trabalhadoras desempregadas (padeira, cozinheira, costureira, assentadas do MST), jovens de ambos os sexos e famílias, até mesmo os que já tem moradia própria e se disponibilizaram a iniciar o trabalho imediatamente. Marcaram uma reunião para a próxima segunda-feira, dia 19, para começarem a organizar o núcleo. Dentro de aproximadamente duas semanas estaremos novamente reunidos com eles. 

Na próxima semana, entre 19 e 24, estaremos em Bagé e na semana seguinte em Turuçu, e logo aos em São Gabriel, fazendo o mesmo trabalho.

Fotos: Felipe Drago

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

PRIMEIRO ENCONTRO DO PROJETO “REDE DE COMUNIDADES AUTOGESTIONÁRIAS”

No dia 20 de julho de 2013 aconteceu o primeiro encontro do projeto “Rede de comunidades autogestionárias”, na sede do FTIARS – Porto Alegre/RS. Confira os principais pontos em discussão.

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O processo que produziu o encontro

O formato e os conteúdos do encontro, construídos de forma crítica aos modelos tradicionais, resultam de um processo que passa pela retomada dos seguintes pontos: i) Comunidade Autônoma Utopia e Luta; ii) Escola de Construtores Sociais (ou Escola de Construtores Insurgentes, na ideia original); iii) 1º ciclo internacional Práticas de Morar: produção gestão e vida coletiva; iv) criação e gestão da COOPSUL; v) discussão da política urbana e dos programas de financiamento e, finalmente; vi) Escola Latinoamericana de Autogestão Popular (iniciativa articulada pela Secretaria Latinoamericana de Vivienda Popular – SELVIP);

Particularmente importante foi a participação da COOPSUL – com suas concepções, práticas e determinação – na Escola de Autogestão Popular, em Curitiba (maio de 2013), que conferiu o tom necessário ao encontro. No segundo módulo da Escola, identificou-se o debate em torno de experiências concretas, mas com certo déficit conceitual para direcionar e avaliar estas experiências. Assim, a pauta foi construída em torno de três conceitos: a meta almejada da AUTOGESTÃO, a necessária diferenciação entre esta e as PRÁTICAS AUTOGESTIONÁRIAS e, não menos importante, sua necessária base material, os TERRITÓRIOS COLETIVOS, ampliando e trazendo novos significados à pauta da propriedade coletiva, hoje em debate no Brasil.

A dinâmica do dia

O debate foi aberto com foco na aplicação dos recursos públicos na ordem territorial para a reconstrução dos valores e conceitos de classe. À luz conjuntural, foi retomado o debate da ultima década entre algumas organizações com a intenção de firmar alguns conceitos propositivos, utilizando-se de algumas referências importantes e preparando a base da ação.

Na apresentação do Projeto, alguns dos envolvidos na sua construção falaram sobre temas específicos como projeto de Arquitetura e Urbanismo, Ambiente e Trabalho Social. Logo após, formou-se uma mesa para falar dos desafios que o projeto enfrentará frente à institucionalidade, que contou com a presença de Carlos Schmidt (NEA e ITCP/UFRGS), Cecília Hypólito (coordenadora macrorregional da SEPLAG/RS e Fórum de Governo da Região Sul), Maria das Graças (coordenação da União Nacional por Moradia Popular – UNMP), Evaniza Rodrigues (Caixa Econômica Federal) e Adriano Castro dos Santos (Prefeitura de Candiota). Foi o momento de oficializar a adesão de novas organizações ao Projeto. À tarde foram divididos três grupos de trabalho sobre temas específicos sugeridos pela organização.

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Resultados

Na dinâmica dos grupos, o primeiro debateu em torno das “práticas autogestionárias”, ressaltando a necessidade de romper com o modelo capitalista, fomentar redes autogestionárias, unir forças com os movimentos populares e pressionar o estado em busca de mudanças estruturais. O grupo que debateu os “territórios coletivos”, trabalhou com a ideia hipotética de um terreno urbano com características especificas, trazendo para o debate a constituição do espaço em uma concepção coletiva. Ainda, ressaltou a necessidade urgente de cumprimento da função social da terra pública e privada, compreendendo que estes territórios, para além da moradia, devem ser espaços de luta e resistência permanente. O grupo que debateu o tema da Autogestão um exercício rápido de metodologia de consenso, concluindo que a Autogestão, comparada com outras formas de gestão, destaca-se por ser uma construção coletiva que necessita de um tempo diferente para a tomada de decisões.

Por fim, reafirmou-se o ponto sobre a ausência de direitos básicos, resultado do modelo de desenvolvimento histórico potenciado atualmente. As não-garantias foram colocadas como ponto inicial da ação integral: moradia, educação, saúde, alimentação, ambiente, cultura, geração de renda, administração comunal, etc. O projeto, portanto, parte do princípio de catalisar as urgências da população para que uma nova sociabilidade seja imediatamente possível a partir da mudança da base material da vida.
Além dos organizadores e das organizações já citados na mesa da manhã, compareceram integrantes da COOPAN, COOPERCAM, Associação de Mulheres Unidas Pela Esperança do Morro da Polícia – AMUE, Associação dos Moradores do Morro Santa Teresa – AMUST, Colégio de Aplicação da UFRGS, Levanta Favela, Comitê Popular da Copa, ONG Econsciência, ONG Resistência Participativa.

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